Preservação da Amazônia

Amazônia é um dos biomas brasileiros e abrange territórios de países vizinhos. Conhecido como bioma de maior biodiversidade do mundo, a Amazônia possui diversas particularidades, que a diferem de todos os outros, com relação a sua vegetação extremamente densa, a sua fauna e flora diversificada ou a seus rios extensos e de extrema importância para o país. 

O bioma Amazônia é o maior do país e abriga também a maior floresta tropical e a maior bacia hidrográfica do mundo. Esse conjunto de ecossistemas é de extrema importância para manter o equilíbrio ambiental da Terra, sendo, portanto, necessário preservá-lo.

A Amazônia corresponde, aproximadamente, 49% do território brasileiro, abrangendo também os países: Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Peru, Suriname e Venezuela, com uma área total de 5.500.000  km².


Vegetação

    Quando se fala no bioma Amazônia, referimo-nos diretamente à maior floresta tropical do mundo: a Floresta Amazônica. Aproximadamente, 22% das espécies nativas do mundo encontram-se nesse bioma e, especificamente, na floresta, que abrange uma área de cerca de cinco milhões de km2.

Além da densa Floresta Amazônica, o bioma também conta com muitos outros ecossistemas, como as várzeas (florestas alagadas) e as savanas, e com um complexo sistema hidrográfico. As florestas contínuas correspondem a, aproximadamente, 3.650.000 km².

A vegetação da Amazônia divide-se em três categorias:

 

Mata da Terra Firme

Mata da Várzea

Mata de igapó

Tipo de vegetação localizada nas partes mais altas da região abrangida pelo bioma. Por esse motivo, as áreas de terra firme não sofrem inundações.


Exemplos: palmeira e castanheiro-do-pará


Tipo de vegetação localizada nas regiões de altitude intermediária. Essas áreas encontram-se alagadas durante um determinado período do ano. As áreas que se encontram nas partes mais altas inundam-se por um tempo menor, já as áreas que se encontram um pouco mais baixas inundam-se por um tempo maior.

 

Exemplo: Palmeira, açaizeiro, açacu, andiroba.


Tipo de vegetação localizado nas regiões mais baixas do bioma, e, por esse motivo, essas áreas permanecem alagadas quase todo o ano. Essa vegetação encontra-se geralmente ao longo dos rios de águas negras.


Exemplo: espécies hidrófilas (adaptadas às regiões alagadas), como vitória-régia e bromélia.



Fauna e flora

    A biodiversidade da Amazônia é surpreendente e, por esse motivo, está sob os olhares do mundo todo. Muitas espécies que habitam seus ecossistemas sequer foram estudadas. Segundo a World Wide Fund for Nature Brasil (WWF Brasil), foram classificados cientificamente no bioma cerca de 40 mil espécies de vegetais; 427, de mamíferos; 1294, de aves; 378, de répteis; 427, de anfíbios; aproximadamente 3 mil espécies de peixes; e cerca de 128.840 espécies de invertebrados. Isso apenas na parte do bioma que se encontra no território brasileiro.

    A respeito da flora, as espécies de vegetais dividem-se em árvores, ervas, arbustos, trepadeiras e lianas (cipós). Boa parte dessas espécies apresenta um grande potencial medicinal e, consequentemente, atrai o mercado farmacêutico, colaborando então para o crescimento econômico. Essas plantas são utilizadas também pelos indígenas que habitam a região.


    No que diz respeito à fauna, assim como à flora, muitas espécies ainda são desconhecidas pelos estudiosos, e, mesmo assim, há uma imensa variedade de animais registrada, o que evidencia a grandiosidade desse bioma. Os principais representantes da fauna amazônica são: onça-pintada, sucuri, anta, logo-guará, papagaio, capivara, arara, jacaré, tucano, tartaruga, tatu, macaco e jararaca.

Clima


    Amazônia é uma região bastante úmida e quente, e isso deve-se à existência das florestas, que, por meio da evapotranspiração, perdem água para o meio ambiente. O Oceano Atlântico também é responsável por essa umidade elevada. O clima predominante é o equatorial úmido, com temperatura média de 27,9°C, durante a estação de menor umidade, e de 25,8°C, na estação de maior pluviosidade.

Hidrografia

   A Bacia Amazônica é uma rede de drenagem formada por um rio principal, o Rio Amazonas, e seus afluentes, ocupa uma área de, aproximadamente, 7 milhões de km2. O Rio Amazonas nasce na Cordilheira dos Andes, desaguando no Oceano Atlântico, e divide-se em três partes: quando adentra os países andinos, é chamado de Rio Marañon; ao adentrar o Brasil, é chamado de Rio Solimões; e, ao encontrar as águas do Rio Negro, passa a chamar-se Rio Amazonas. Ao percorrer esse caminho, é alimentado por diversos outros rios que nele depositam suas águas. 

Desmatamento na Amazônia

    As queimadas na Amazônia estão comovendo o Brasil e o mundo. Afinal, o lugar com a maior biodiversidade do planeta e que desempenha um papel muito importante na manutenção do equilíbrio ambiental tem registrado dados históricos de destruição. O mês de junho de 2020, por exemplo, teve o maior número de queimadas comparado aos últimos 13 anos, segundo o levantamento do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Foram 4.596 focos de incêndio no período. 

    Uma das maiores preocupações é que 27% dos maiores incêndios até agora aconteceram em florestas intocadas, ao invés de áreas recentemente desmatadas ou terras agrícolas onde as chamas são mais contidas, de acordo com uma análise de imagens de satélite realizada pela Amazon Conservation. Isso indica que as queimadas estão cada vez mais descontroladas.

 


    Entre as principais causas do desmatamento da Amazônia, podem-se destacar a impunidade a crimes ambientais, retrocessos em políticas ambientais, atividade pecuária, projetos de extração de madeira, mineração, estímulo à grilagem de terras públicas e a retomada de grandes obras. Foram 55 milhões de hectares derrubados entre 1990 e 2010, mais do que o dobro da Indonésia, o segundo colocado.



A Importância da Preservação da Amazônia
  

    A Floresta Amazônica possui a maior biodiversidade do mundo e assegurar a sua preservação é fundamental para garantir a sustentabilidade natural. As diversas espécies encontradas na floresta também são importantes para a produção de medicamentos, cosméticos e controle biológico de pragas. 


    Para além de toda a sua importância ecológica, a Amazônia ainda é lar de grande parte dos povos indígenas brasileiros. Ou seja, a preservação dessa área, além de ser fundamental para a saúde do Planeta Terra e de nós, seres humanos, ainda é crucial para a sobrevivência da cultura indígena.

    A floresta e os rios da Amazônia abrigam uma enorme variedade de espécies: algumas endêmicas (ou seja, que só ocorrem ali), outras ameaçadas de extinção e muitas ainda desconhecidas.

    Essa biodiversidade é importante para o mundo inteiro. Todas as espécies deste sistema incrivelmente biodiverso representam soluções para um conjunto de desafios biológicos; podem ter um potencial transformador e gerar benefícios para toda a humanidade. 

    A biodiversidade da Amazônia também é fundamental para os sistemas globais, pois influencia o ciclo global do carbono (e, portanto, a mudança climática) e os sistemas hidrológicos hemisféricos, servindo como uma importante âncora para o clima e para as chuvas na América do Sul.


    A Floresta Amazônica é abundante em vários recursos e funciona como um grande reator para o equilíbrio da estabilidade ambiental do planeta. Com o desmatamento e queimadas na região, as árvores liberam em torno de 200 milhões de toneladas de carbono por ano. Seus vegetais são responsáveis por liberar aproximadamente sete trilhões de toneladas de água para a atmosfera, no processo de evapotranspiração e o Rio Amazonas deságua 20% de água doce no Oceano Atlântico a cada ano.

    A Amazônia atua também na retenção de carbono atmosférico, por meio da absorção desse gás pelas plantas, contribuindo assim com a diminuição da quantidade de dióxido de carbono que é lançado na atmosfera. Além disso, é importante destacar a importância da Amazônia para os povos que dependem unicamente dela para tirar todo o seu sustento, como os povos indígenas, as populações ribeirinhas, entre outros.



Como ajudar na preservação da Amazônia?

    É papel dos governos, em todas as suas esferas, coibir a degradação não só da Amazônia, mas também da Mata Atlântica, do Pantanal e de todos os outros biomas do nosso país. No entanto, embora ninguém consiga promover grandes mudanças sozinho, algumas atitudes simples podem fazer a diferença na preservação da floresta amazônica. Abaixo, listamos algumas medidas para você colocar em prática na sua rotina:

  •  Reduza o seu consumo de papel e madeira;

  •  Consuma menos carne;

  •  Participe de redes de apoio de preservação da Amazônia.



Referências de pesquisa:



Por: Laura Rodrigues, Eduarda Mancke e Giovana Dickel.

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